quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Edivanda Souza *Educadora*: Do coração de uma mulher

Edivanda Souza *Educadora*: Do coração de uma mulher

Do coração de uma mulher

Do coração de uma mulher



A bem da verdade, não sou essa mulher fatal que você pensa que eu sou. Aquelas histórias de sedução foram todas inventadas e esse ar superior, de quem sabe lidar com a vida, é apenas autodefesa.



Aquelas frases filosóficas, foram só pra te impressionar, pra te passar essa ilusão de intelectual... na verdade eu ainda nem sei se acredito nos valores que me ensinaram, quanto mais em frases feitas e opiniões formadas!



Senta aí, vai! Deixa eu tirar os sapatos, desmanchar o penteado, retirar a maquiagem... quero te mostrar que assim de perto não sou tão bonita quanto pareço, por isso uso todos esses artifícios. É que no fundo tenho um medo terrível de que você me ache feia, de que você encontre em mim uma série de imperfeições.



Sabe, não quero mais usar essa máscara de mulher inatingível, de mulher forte com punhos de aço... No íntimo me sinto uma pequena ave indefesa, leve demais para enfrentar o vento, e, deseja ficar no aconchego do ninho e ser mimada até adormecer.



Olha pra mim, às vezes minha intimidade não tem brilho algum e você terá que me amar muito para suportar essa minha impotência.



Deixa eu tirar o casaco, tirar o cansaço... essa jornada dupla me deixa tão carente... A convicção de independência afetiva? É tudo balela! Eu queria mesmo era dividir a cama, a mesa, o banho... Queria dividir os sentimentos, os sonhos, as ilusões... um pedaço de torta, uma xícara de café, algum segredo...



Ah, eu tenho andado por aí, tenho sido tantas mulheres que não sou! Quantas vezes me inventei e até me convenci da minha identidade. Administrei minha liberdade. Tomei aviões, tomei whisky... troquei a lâmpada, abri sozinha o zíper do vestido... decidi o meu destino com tanta segurança! Mas não previ que na linha da minha vida estivesse demarcada uma paixão inesperada.



Agora, cá estou eu, trinta e poucos anos e toda atrapalhada, tentando um cruzar de pernas diferente, um olhar mais grave, um molhar de lábios sensual... mas não sei direito o que fazer para agradar.



Confesso que isso me cansa um pouco. Queria mesmo era falar de todos os meus medos, "dos seus medos?" você diria, como se eu nunca tivesse temido nada. Queria te falar das minhas marcas de infância, dos animais que tive, do meu primeiro dia de aula... queria falar dessas coisas mais elementares, e te levar na casa da minha mãe, te mostrar meu álbum de retrato (eu, me equilibrando nos primeiros passos), ah, queria te mostrar minha primeira bicicleta, com truques. Ela ainda existe! Queria te mostrar as árvores que eu plantei (como elas cresceram!) e todas essas coisas que são tão importantes pra mim e tão insignificantes aos outros.



Ah, você queria falar alguma coisa? Está bem! Antes, só mais uma coisinha: estou morrendo de medo que você saia desta cena antes de mim, que você saia à francesa desta história, e eu tenha que recolocar minha máscara e me reinventar, outra vez.



Lucilene Machado



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Em tempos de Dia da Mulher, este texto é bem interessante em mostrar a nossa fragilidade... Mas para que mesmo ter um dia só destinado à mulher? Machismo? Porque ainda somos tão diferenciadas no mercado de trabalho (a comemoração do Dia Internacional da Mulher começou para relembrar a grande greve feita pelas mulheres reivindicando melhores condições de trabalho e a maioria foi trancada na fábrica, a qual foi incendiada) que nos concedem um dia para aplacar essa desigualdade em relação aos homens?



Acredito eu que



TODO dia é dia da mulher, pois, por mais que tenham ocorrido mudanças (ínfimas), é ela que labuta em casa e fora de casa, cumprindo várias jornadas diárias, cuidando da família, do trabalho e dela própria. A mulher é uma heroína, pena que muitos não reconhecem esse desempenho que só ela é capaz de ter.





Vamos a luta, mas sem perder a ternura!





Daise

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Consciência Ambiental

Amigos, hoje fala-se muito em preservar o meio ambiente. Este assunto já virou uma banalização pois fala-se muito e faz-se muito pouco.
A verdade é que todos sabem que é preciso cuidar do meio ambiente. No entanto quando se aborda o assunto o primeiro argumento que se escuta é: preservar a Mata Atlântica, pois bem sabemos que é preciso preservar a nossa Mata Atlântica. Mas como cuidar de algo que fica tão longe se não houver consciência para cuidar da rua onde mora?
Há dois anos comecei fotografar três bairros aqui onde moro, pois achava um absurdo a falta de lixeiras em muitas ruas. Então comecei registrar com fotos e vídeos aquela situação para mostrar para os representantes do bairros....
A situação era a seguinte: Havia ruas onde se encontrava livreiras; outras tinha, mas estava quebrada; Em outras haviam até duas lixeiras, mas os lixos estavam espalhados no chão.
Resolvi então montar um Seminário abordando o assunto em uma Escola onde eu era voluntária nos finais de semana. Convidei alguns professores que me deram aula na faculdade para ministrar as palestras, um artesão que fazia e faz trabalhos maravilhosos reciclando embalagens de cimento usado em construção civil. Convidei também os representantes dos três bairros e vários moradores da comunidade.
Os representantes de Bairro não apareceram. Mas as crianças da comunidade se divertiram muito aprendendo reciclar papéis e confeccionar aviões com embalagens de isopôr, aquelas de frios (queijo e presunto).
A vida é feita de pequenas mudanças e não tem que vir necessariamente de cima, cada cidadão é responsável pelo lugar onde vive....
Olá amigos!

Aqui será um espaço onde pretendo compartilhar minhas idéias enquanto Educadora Social. Onde também quero discutir vários temas atuais e pertinentes bem como: Meio ambiente e sustentabilidade, Cidadania, participação da figura femenina nos cargos de tomada de decisões, entre outros.